26.12.08

Cao como nos

Não sou grande fã de Manuel Alegre, alias para ser sincera detesto o "personagem", mas ha um tempo atrás (já algo longo) acabei por não resistir à curiosidade e comprar este livro à frente de muitos outros que aguardavam pacientemente a sua vez na fila de espera. E este pequeno livro que se lê em cerca de uma hora, já foi lido por mim algumas vezes, deixando-me de cada uma delas de lágrimas nos olhos.

Fala de um cão especial para o autor, como os nossos cães o são para nós. E recorda-nos o vazio que ele nos vão deixando no coração quando nos separamos deles, seja porque motivo for. A medida que o autor vai contando alguns excertos da sua vida desde que o cão entrou nela e até que saiu, vai-nos mostrando em pensamento a falta que o seu cão lhe fez e o que ele sofre com a sua ausência, ao ponto de o ver e ouvir em todo o lado inclusive de falar para ele.

Ele, o chefe de familia, que acha que um cão é um cão, e não se lhe deve dar mais importância que isso mesmo. Mostra-nos a personalidade forte que os cães podem ter e a importância e influência que podem ter na familia. Um livro que devia ser lido por toda a gente que tenha ou não animais de estimação, porque talvez pudessem avaliar de outra forma porque é que nos dedicamos tanto a esses seres maravilhosos que nos dão tanto em troca de tão pouco. E especialmente por aquelas pessoas que compram os "puppies" para os meninos brincarem e que depois os abandonam quando crescem. Talvez conseguissem aprender alguma coisa com este livro e com este CÃO COMO NÓS.

9.11.08

Fantasma da opera



Este fim de semana revi um filme, que para mim é intemporal. Quando estreou, fui ve-lo com grande expectativa porque já tinha visto o Musical em Londres no Her Majesty's Theatre, onde esteve em cartaz desde 1986 até 2008 - 22 anos. Tinha algum receio que a história fosse alterada, apesar desta versão não ser sequer a original, mas fiquei agradavelmente surpreendida ao ver que tudo é mantido igual. Apenas se perde um pouco da emoção.

No filme a acção passa-se num palco e estamos constantemente a ver o publico que assiste às várias representações. Ao vivo, o público somos nós e a grandiosidade de tudo aquilo que assistimos cola-se-nos à pele, arrepiando-nos à medida que a acção se vai desenrolando e fazendo-nos sentir que somos uma parte da história.

O livro que deu origem a este musical, de autoria de Gaston Leroux já deu origem a pelo menos 7 filmes (que eu tenha conhecimento, embora ainda esteja na duvida em relação a outros dois que não consegui documentar-me sobre eles)e todos eles alteram a sua historia.

O primeiro foi ainda um filme mudo em 1925 e é tida como a melhor versão, pelo menos a mais fiel. A segunda versão é de 1943 e a historia já é alterada sendo que o Fantasma aparece na figura de um violinista que depois de sofrer um acidente com acido foge para as catacumbas da Opera de Paris.A terceira versão surge em 1962 e é considerada a pior de todas. Em 1974 Brian de Palma cria uma versão Opera Rock sobre este tema. Em 1982 fazem uma adaptação para a televisão em que adulteram completamente a historia alterando nomes e factos e em que o Fantasma passa a ser um maestro que pretende vingar a morte de sua mulher. E finalmente em 1990 uma nova versão também ela péssima transporta a historia para Nova Iorque e faz do Fantasma um ser irreal, enfim foram de mal a pior, chegando ao ponto de praticamente ninguém saber qual a história original.

Pessoalmente li o livro e gostei mas não tem nada a ver com este filme, ou melhor tem pouco a ver... e é sobre o filme que é suposto falarmos por aqui. Andrew Lloyd Webber que como muitos deverão saber é o responsavel por fabulosos musicais como por exemplo Jesus Christ Superstar, Evita ou Cats, depois de ter este musical em cena durante 18 anos decidiu adapta-lo ao cinema e segundo a minha modesta opinião em muito boa hora, porque nem toda a gente, alias muito poucos podem assistir ao vivo em Londres ou na Brodway como é obvio e seria uma pena sermos privados de tão fantástico espectáculo de cor e som.

A história: Estamos em Paris, em 1905 assistindo a um leilão onde um senhor muito idoso, o Visconde de Chagny compra uma caixa de musica com um macaco a tocar pratos e começa a recordar o seu passado, estranhamente ligado a essa caixa através da sua amada Christine Daae. Seguidamente leiloa-se um enorme lustre que foi recuperado dos escombros dum grande incêndio que houve na Opera de Paris, e em que o leiloeiro recorda que é o lustre ligado ao estranho caso do Fantasma da Opera gozando até com a historia.

Ao acenderem o lustre, a historia recua até 1860 e começamos então a conhecer a vida e história de essencialmente três pessoas, o Visconde, Christine e do próprio Fantasma. A Direcção da Opera está a ser passada, apresenta-se um novo dono da sala de espectáculos e ensaia-se a obra "Hannibal". A primeira cantora, Carlotta, irritada como sempre com tudo e todos, ao cair um contrapeso mesmo ao pé dela decide ir embora deixando toda a gente assustada porque a opera estreia-se nessa noite e aquele é o ensaio geral.

A Srª Giry, encenadora, revela que uma das bailarinas tem uma excelente voz e Christine canta para espanto de todos com uma voz linda. A estreia é feita nessa noite com Christine a fazer a vez da prima-donna. Depois da estreia e no seu camarim, Christine é visitada pelo Fantasma, que ela pensa ser um Anjo que o seu pai lhe enviou quando morreu para velar por ela e para a ensinar a cantar. Este apresenta-se pela primeira vez e conduz Christine através do espelho para o subterrâneo onde habita. Após varias peripécias e canções lindas ela tira-lhe a mascara para ver a sua cara horrivelmente deformada o que o põe completamente louco de furia, amaldiçoando-a e ameaçando-a que ela nunca mais poderá ser livre depois daquilo.

Posteriormente e já com Christine de regresso à Opera, todos começam a receber cartas do Fantasma avisando que o papel principal da Opera "Il Mutto" que irá ser posto em cena deverá ser entregue a Christine sob pena de acontecer alguma desgraça, tal como o camarote 5 deverá sempre ficar desocupado para que ele (Fantasma) possa assistir a Opera de lá. Ninguém quer acreditar que o Fantasma existe realmente e acusam-se uns aos outros de serem os autores das cartas. Mais uma vez Carlotta que já tinha regressado vai embora ofendida com o facto de não quererem que ela cante e os director prometem que ela terá o papel principal nessa, como em todas as Operas.

E assim, quando a Opera é estreada, Carlotta é a prima-donna e o Visconde está a assistir sentado no camarote 5. Ouve-se então a voz do Fantasma dizendo que já tinha avisado que algo iria acontecer e de repente Carlotta fica sem voz. É rapidamente substituida por Christine mas a fúria do Fantasma não acalma. O lustre abana violentamente ameaçando cair e perante um publico aterrorizado, um funcionario da Opera cai no tecto enforcado. Instala-se o terror e Christine e o Visconde fogem para o telhado. Ai trocam juras de amor enquanto o Fantasma ouve escondido atrás duma estátua. Completamente furioso volta para o teatro e derruba mesmo o lustre por cima do publico que foge em pânico.

Seis meses mais tarde ninguém mais tinha ouvido falar do Fantasma e dá-se um Baile de Mascaras, em que todos estão presentes e o Visconde e Christine estão já noivos. Esse Baile com o nome de Masquerade é um dos momentos verdadeiramente belos do filme, tanto a nivel de musica, como de guarda roupa. No final o Fantasma aparece fantasiado de Morte Vermelha e entrega a partitura de uma Opera intitulada "Don Juan Triunfante" e ordena que ela seja encenada. No final o Visconde e a Srª Giry conversam e ela acaba por lhe confessar que sabe quem é o Fantasma, conta-lhe que é uma criança terrivelmente deformada (esta é realmente a grande alteração em relação ao livro, porque o Fantasma é sempre e em todas as versões um homem que é deformado por derramamento de ácido e aqui ele já nasceu deformado) que ela ajudou a fugir e que escondeu ali nos subterrâneos do teatro e que lá cresceu e viveu sempre.

Com medo daquela terrivel figura, a Opera começa a ser ensaiada, dirigida pelo próprio Fantasma através de cartas. Christine é obviamente a cantora principal e o Visconde junto com os directores pleaneam apanhar o Fantasma aquando da estreia desta peça, para o que pedem a ajuda dela. Christine hesita muito pois custa-lhe trair o homem que sempre velou por ela e que a ensinou a cantar e vai ao cemitério visitar a campa do pai e pedir-lhe ajuda para tomar uma decisão sobre o que fazer.

Finalmente estreia a nova Opera. Tudo está como o Fantasma ordenou. A ideia é agradar-lhe para mais facilmente o apanhar. Quase no fim da actuação e sem que ninguém se aperceba, ele enforca o tenor principal e toma o seu lugar, cantando a ária final da Opera com Christine. Quando finalmente se apercebem do que aconteceu tentam capturar o Fantasma que foge para o subsolo levando Christine consigo. Os actores, funcionários e policia partem em busca do Fantasma assim como o Visconde.

Christine conversa com o Fantasma sobre a vida dele e todo o sofrimento que ele teve
por causa da sua deformidade. Entretanto Raoul (o Visconde) chega e na ânsia de salvar Christine cai numa armadilha que o Fantasma lhe preparou. Christine tem na sua mão a hipotese de salvar Raoul ou deixá-lo morrer. O Fantasma diz-lhe que a escolha é dela, ou aceita ficar com ele e ele liberta o seu amado, ou recusa e ele morre. E pronto só falta mesmo contar o final. Não é que este filme seja um grande filme de suspense ou acção que estejamos todos suspensos de saber como acaba, ou que se eu contasse alguém achasse que já não valia a pena ir ver o filme, mas por uma questão de principio não digo.

Vão ver porque vale a pena. A grande maioria de todos os diálogos que falo aqui são cantados porque este filme é um musical, não podemos esquecer. A musica é fabulosa, com especial destaque para musicas como "Think of me", "The music of the night", "The point of no return" ou "The Phantom of the Opera" e apesar de algumas criticas que já li, as representações estão bastante boas, se tivermos em conta que houve a preocupação de arranjar actores que também cantassem, daí que não encontramos nenhum dos consagrados "monstros" do cinema que estamos habituados a ver nas telas, apesar de alguns dos actores serem conhecidos como é o caso do próprio Fantasma que já vimos pelo menos no filme Tom Raider - O Berço da Vida e a Christine Daae que contracenou com Sean Penn no filme Mystic River. É um filme que merece mesmo ser visto no cinema, face à grandiosidade dos cenários, mas já agora se puderem vejam-no numa sala com boas condições acústicas porque merece.

15.6.08

Miaurrrrrrrrrrrrrrr, I'm immmmprrrrrrrrreeeeeessssseeeeddddd

Há uns meses atrás vi um dos filmes que mais me divertiram nos últimos tempos. Não que tenha sido um bom filme porque não o é, pelo menos na minha opinião, mas porque simplesmente gostei de o ver. Não vou falar da realização, da historia (porque sinceramente não a conhecia), dos efeitos especiais que são fracos, muito fracos, vou apenas contar o filme (quase todo) e o efeito que provocou em mim.

Para começar este filme tem a participação de duas actrizes que eu gosto muito de ver trabalhar. Halle Berry e a belíssima Sharon Stone que se eu fosse homem seria a minha..... enfim.... musa inspiradora. Halle Berry é designer numa empresa de cosmética e está encarregue de criar a imagem de um produto que vai ser lançado no mercado chamado “Beau-Line”.

Esse produto faz mal à pele, cria habituação e isso é do conhecimento dos donos da empresa que não estão minimamente preocupados com isso, tirando do seu caminho quem tente opor-se à sua comercialização. Patiente (Halle Berry) vai entregar o trabalho já fora de horas e vê-se de repente no sitio errado há hora errada, ouve o que não deve e sofre as consequências.

A sua estranha relação com um gato acaba por vir a transformá-la na Catwoman, uma felina cheia de força e de garra, meio mulher meio animal, meio vilã, meio heroína. Em relação a isto, acho que a prestação dela está boa mas os efeitos especiais são exagerados, ela faz constantemente lembrar-me o Homem-Aranha, tudo muito rapido, muito “falso”, muito pouco convincente.

Dentro da ficção que é esta história, há algumas cenas que se tornam um pouco ridículas como por exemplo ela fazer “surf” em cima de um ladrão de joalharias. Há coisas que eram escusadas e perfeitamente dispensáveis. Catwoman vai tentar vingar-se do que lhe fizeram, mas vê-se acusada de uma serie de coisas que não fez e é perseguida por um Detective da policia que está apaixonado pela Patiente e que ao começar a “cruzar” as coincidências entre as duas, vê-se no dilema de proteger a mulher que ama e prender a suposta vilã assassina.

Patiente não pode contar o seu segredo (como já é da praxe com todos os nossos super-heróis) e tenta mostrar a sua inocência sem se denunciar. Várias vezes durante este filme Halle Berry faz-me lembrar “Gothika”. Entretanto a verdadeira vilã, Sharon Stone vai usando de todos os meios para atingir os seus objectivos que são ter mais poder dentro da empresa de que é dona com o marido, comercializar o produto que lhe tem garantindo a sua beleza e do qual ela tão bem conhece os efeitos secundários e se possível culpar a Catwoman de tudo o que ela tem que fazer para conseguir isso.

Sharon está muito bem no seu papel, aliás como em todos os papeis que encarna. É uma mulher linda apesar da idade... quase perfeita. Resumindo, achei um piadão ao filme, diverti-me imenso e fiquei muito bem disposta, o que é acima de tudo o que eu pretendo após a visualização de qualquer película cinematográfica. A gatinha era muito sexy e a Vilã linda... (pronto não posso estar sempre a elogiar o Brad Pitt e o George Cleoney.... hoje foi o dia “delas”). Moral da história... Quem não quer ser gato não lhe veste a pele. Ai que esta saiu-me muito bem....

5.6.08

Apenas uma palavra: GENIAL !!!!






Fui ontem ver o espectáculo de Filipe La féria e vim de lá apenas com uma ideia: tenho que lá voltar, tenho que ir ver outra vez... tenho que dizer a toda a gente que é imperdível... não é preciso ser católico, não é preciso seguir nenhuma religião, só é preciso gostar de ouvir boa música e de ver bons espectáculos.

Por vezes temos a ideia de que o que fazemos não presta, de que o que passa no estrangeiro é que é bom, mas eu que já tive a sorte de ver três musicais em Londres, o Fantasma da Opera, Cats e Fame, digo sem qualquer sombra de dúvida que este não deixa a desejar em relação a nenhum deles.


Estes são os cantores principais: Gonçalo Salgueiro como Jesus, Pedro Bargado como Judas Iscariotes e Sara Lima como Maria Madalena, depois existem os substitutos que são respectivamente David Ventura, Tó Leal e Laura Rodrigues mas tive a sorte de apanhar todos os principais. Curiosamente Gonçalo é um fadista e Pedro Bargado "saiu" dum Chuva de Estrelas.


Sobre Jesus é dificil falar, aliás sobre qualquer um deles, a entrega deste cantor em palco é qualquer coisa de arrebatador. A sua voz é indiscritivel, ele passa de agudos a graves, grita, zanga-se, chora, sussurra, sem nunca haver uma falha, sem nunca haver um deslize, a sua capacidade vocal é magnifica. Ele veste o personagem, ele sofre em palco, ela mostra dor, humildade, abnegação...


Judas, é uma força da natureza, não só a sua voz que é potente e linda, como a potência dela é fantástica e ele além de cantor de uma forma sublime é um excelente actor e bailarino com uma expressividade arrepiante. Podia ficar a ouvi-lo horas sem nunca me cansar.


Todos os outros são excelentes actores e cantores, como a Maria Madalena, o Simão, o Pedro que tem uma actuação breve mas marcante, Pilatos e Herodes numa versão modernista e contemporânea, Caifás e Anás, dois dos cinco fariseus que o condenam à morte têm vozes fora do vulgar e dão um toque de humor em certas cenas.


Por mais que eu escreva, não é possivel descrever em palavras o espectáculo. Cenas como "O Templo",
"Para sempre amaldiçoado", o emotivo "Monte das Oliveiras",

"Morte de Judas",
,
"Julgamento de Pilatos" e a cena final "São João 19:41"
são cenas que dificilmente me vou esquecer tão cedo. O final, que nos deixa sem palavras e com um aperto na garganta... em que o corpo de Cristo é transportado por entre nós, através do corredor central, em que vemos de perto as caras dos apostolos e de todos os que acompanham o corpo num desenrolar de emoções, um profundo dramatismo, uma intensidade comovente, enfim... só vendo mesmo !!!

21.5.08

Até breve...


5.5.08

Obidos, ha coisas que nunca mudam e ainda bem

Esta vila data do período Neolitico e passou a ter nome no Séc. I (informações que recolhi dum folheto que me deram da ultima vez que lá fui), foi ocupada por Visigodos e Romanos e reconquistada por D. Afonso Henriques em 1148. Foi construida para sua própria protecção dentro de uma muralha, de cujos torreões se pode obter uma vista magnifica e as suas casinhas brancas "debroadas" a azul e amarelo descem pela encosta, enfeitadas com flores multicores e trepadeiras.

As ruazinhas e vielas que a atravessam são muito irregulares e formadas por paralelipipedos, pelo que aconselho a que levem calçado prático e confortável, pois em certos sitios é mesmo complicado de lá andar. Tem um castelo, um museu e 8 igrejas e capelas. Tem alguns restaurantes e casas de petiscos, mas o que torna o percurso alegre e colorido são as várias casinhas que vendem artesanato da região e que o expõem pendurado no exterior, nas portas e paredes e casas que vendem bebidas com especial incidência na ginjinha que é tipica da VILA MUSEU como é chamada carinhosamente.


Eu sugiro para lanchar que procurem um barzinho na rua principal do lado direito onde se pode beber a dita ginjinha e comer queijos e linguiça assada com pãozinho quente e manteiga e admirar ao mesmo tempo uma fabulosa colecção de garrafas de bebida que servem de complemento à decoração da casa e que fazem as minhas delicias visto que eu tambem faço essa colecção.

Para quem mora na zona de Lisboa pode-se perfeitamente lá ir passar um dia e voltar. Os carros não podem entrar dentro da vila, mas defronte da porta principal existe um excelente parque de estacionamento. Quem venha de longe e queira aproveitar umas mini-férias, pode aproveitar para visitar na periferia de Obidos vários sitios como Peniche (e o seu peixe e marisco fresquinhos), as ilhas Berlengas (se o tempo o permitir), a Praia do Baleal, Serra d'El Rei, Caldas da Rainha, Alfazeirão com o seu famoso pão de ló, S. Martinho do Porto (zona de praia muito "in" nos nossos dias) e Foz do Arelho com a sua enorme praia e esplanadas muito agradáveis em qualquer altura do ano.

A tradição da ginginha de Óbidos nasceu no típico bar de seu nome "Ibn Errick Rex", o que equivale a dizer, "filho do rei Henrique". Criado em 1957, este espaço deve a sua origem a uma história de amor entre José Montez, natural de Santarém, e Corália, uma jovem obidense.

Inicialmente, o Ibn Errick Rex era uma casa de antiguidades, negócio montado por Montez com o intuito de chamar a atenção da sua amada. Corália tinha também um antiquário nesta vila e assim, decerto notaria a presença de Montez.O negócio floresceu, atraindo diversos clientes, e Montez oferecia a todos os que apareciam na sua casa, um cálice do licor de ginja.

O sucesso foi tal que, a certa altura, as pessoas visitavam-no não para comprar antiguidades mas para beber uma ginginha. Em 1975, o antiquário vendeu o "Ibn Errick Rex" ao actual dono, António Tavares, que preservou e promoveu as características do espaço e da famosa bebida. Sobre a história de amor, resta dizer que José Montez e Corália viveram felizes para sempre!



Ah é verdade e é imprescindivel dizer que em Novembro dá-se lá o Festival do Chocolate, nham, nham!!!!! Já pus na agenda.

3.4.08

Shania - A mulher camaleão



Gosto muito de Shania Twain tanto pela sua voz melodiosa, doce e rouca com uns registos espectaculares, como pela sua beleza, elegancia e capacidade fantastica que ela tem de se transformar de teledisco para teledisco, de espectaculo para espectaculo, aparecendo sempre diferente.

Apesar de gostar bastante da sua musica, considero-a um bocadinho repetitiva, quem ouve este album fica a conhecer todo o seu estilo musical e dai para a frente, ou para trás, é tudo mais ou menos igual, ela é uma cantora essencialmente country, embora também tente outros géneros.

Shania, de nome próprio Eileen teve uma infância muito dificil, criada pela mãe e um padrasto indio, viu-se na obrigação de, com cerca de 8 anos começar a cantar em bares nocturnos para ajudar a familia e durante o dia trabalhava com machados e serras electricas ao lado do pai. Depois da morte dos seus pais, ela ajudou a criar os irmãos e aos 21 anos mudou de nome para Shania que em linguagem india Ojibway, quer dizer "Estou no meu caminho".

Lança um primeiro album que não teve grande êxito, depois conhece "Mutt" um grande produtor que se apaixona por ela e com quem se casa, e simultaneamente Shania consegue alcançar a fama a que aspira e tem direito passando a ser considerada "A musa da musica country".

O alinhamento deste album: You're Still the one (balada muito bonita sobre um amor que parecia impossivel aos olhos de todos e que conseguiu vingar), When (uma canção que fala sobre utopias), From this Moment (mais uma linda balada que fala de juras de amor eterno), Black Eyes Blue Tears, I Won't Leave you lonely (uma canção muito alegre também sobre o amor, onde ela o exalta em várias linguas), I'm Holdin'On to love, Come On Over (canção que dá o titulo ao album e que é um hino à vida), You've got a way (musica que faz parte da banda sonora de Notting Hill, quem não a conhece?), Whatever you do, Don't!, Man, I fell like a Woman (Muito conhecida e sensual, esta canção é das mais populares de Shania), Love Gets me Every time, Don't be stupid (uma declaração de amor, um pouco feminista, mas que resulta numa canção muito engraçada e bem disposta), That don't impress me much (uma forma muito engraçada de por os homens no seu lugar), Honey I'm home (muito country esta musica conta o que é um dia NÃO na vida de uma mulher), If you Wanna touch her Ask! (também pop country, esta canção ensina como um homem se deve aproximar de uma mulher) e Rock this country uma canção muito alegre e melodiosa.

18.2.08

Aquiles, a historia de um calcanhar

Como já é do conhecimento de todos, este filme trata duma guerra entre Gregos e Troianos, que durou dez anos, por causa de Helena de Esparta, que abandonou o seu marido Menelau para fugir com o principe Páris, segundo filho do Rei de Troia.

Isto no fundo vai servir apenas de pretexto,há muito esperado por Agamemnon irmão de Menelau, para abraçar a ideia de vingar a honra de seu irmão e invadir Troia como ansiava havia já muito tempo a fim de se tornar o Senhor de todo o mar Egeu. Isto vem servir pelo menos para vermos mais uma vez como as mulheres têm sido importantes ao longo da história, peças fundamentais em toda a existência humana, capazes de influenciar o destino de milhares de vidas.

Senão veja-se o caso de Cleopatra, Joana D'Arc, Wallis Simpson ou até mesmo a nossa Padeirinha de Aljubarrota (ai que já estou a esticar-me). Vamos ao que interessa, Brad Pitt... ooops não era isto que eu queria dizer, Troia, estavamos a falar do filme Troia, um grande épico;)

Fui ver este filme ao cinema quando estreou mas este fim de semana voltei a vê-lo em casa e não há duvida que perde algo da grandiosidade que lhe achei quando o vi da primeira vez. De qualquer forma tenho lido criticas deste filme que variam de bestial a besta. Principalmente tenho visto muitas criticas ao facto da guerra ter durando 10 anos e ali durou cerca de 3 semanas.

Ora este filme INSPIRA-SE na Iliada de Homero e e não tem que ser uma cópia fiel. Alias segundo muitos deverão saber, nem sequer existe a certeza se este episódio épico aconteceu realmente ou se não passa do resultado de uma imaginação prodigiosa de Homero. Assim sendo, acho que faz algum sentido que toda a trama se desenrole em cerca de 3 semanas, como iriamos nós ver passar 10 anos de uma guerra sempre igual? E para que? E o que é que mudava?

Viamos o filho de Heitor a crescer, ou alguns guerreiros a ficarem com barba e cabelos brancos? Só porque aparecia uma paisagem com o mar como fundo e as legendas a dizer "Dez anos depois...." já iriamos todos ficar mais satisfeitos? Penso que foi muito bem conseguido tal como se apresentou. Aparece-nos Brad Pitt no papel de Aquiles, o heroi deste filme que se permitem e apesar de estarem sempre a dizer mal do rapaz (principalmente os homens - a inveja é uma coisa muito feia.....) está muito bem neste papel.

Sempre acompanhado dos seus muchachos, leia-se Mirmidões, Aquiles luta contra Troia do lado de Agamemnon, não porque seja seu aliado mas porque quer participar duma guerra que ele sabe vai ficar para a Historia, onde ele quer ter parte importante e ser relembrado. Aquiles, e ai está bastante fiel ao retrato do mito meio Homem, meio Deus que nós conhecemos, é considerado invencivel, é um homem vaidoso, arrogante, um assassino sem piedade, sedento de poder e fama.

Bradd Pitt encarna muito bem esse papel com uma nota especial para o seu fisico que foi bem trabalhado para encarnar este personagem. Em relação ao resto pouco mais tenho a dizer do que tudo o que já foi dito, gostei tanto do personagem Heitor como detestei o seu irmão, que se apresenta aqui como uma figura frágil e sem grande caracter ao contrário de Páris de Homero.

Helena que conhecemos como uma mulher de forte personalidade e de uma beleza agressiva capaz de fazer perder a cabeça a dois homens (ok, e a mais uns milhares depois no sentido verdadeiro da palavra) aparece como uma bonitinha com um ar muito angelical e por fim sem grande "papel" mas com uma das melhores cenas do filme para mim, refiro Peter O'Toole que protagoniza o Rei de Troia, Príamo, e que vai muito bem na cena em que confronta Aquiles para reaver o corpo morto de seu filho.

Termino dizendo que detestei a banda sonora, as musicas não têm qualidade nenhuma e o matraquear que acompanha as batalhas irrita ao ponto de se ter de baixar o som. Já pelo contrario dou nota dez aos cenários e principalmente ao guarda roupa que me parece bastante fiel ao que conhecemos da época e que (temos que ser sinceros) nos deixa ver e adivinhar os atributos fisicos dos guerreiros que por sinal até são muitos.

26.1.08

Gothika

Volta e meia revejo filmes que já estou quase esquecida, calhou a vez a este Gothika, que não há dúvida que gostei, achei a ideia muito boa e a historia bem desenvolvida, mas peca pela previsibilidade. Estava muito expectante mas a meio do filme eu já tinha uma ideia do que seria o fim e antes do desenrolar final eu já tinha descoberto o que ia acontecer.

É um thriller com qualidade de qualque forma. A historia de uma psiquiatra protagonizada por Halle Berry que passa de médica a louca num abrir e fechar de olhos e se vê internada na Instituição onde trabalhava, misturada com as suas pacientes e acusada de um crime que sabe não ter cometido mas onde todas as provas são contra ela.

Durante todo o filme ela é visitada pelo fantasma de uma adolescente, que ela não sabe se existe mesmo ou se é fruto da sua imaginação.Mas à medida que o cerco se vai apertando, a sua racionalidade vai conseguindo vencer, apesar de não ter ninguém do seu lado. O seu ponto de partida vai ser a frase: " Eu não acredito em fantasmas mas eles acreditam em mim ".

De referir ainda que Penelope Cruz também entra no filme, num papel secundário, mas com um excelente desempenho, na minha opinião. Em suma, um filme de suspense que merece ser visto com alguma atenção. Quanto mais não seja vale pela musica... "Behind blue eyes".

7.1.08

O Perfume

Um dos melhores e mais estranhos livros que já li até hoje. Como o titulo diz, o livro conta a história de um assassino, mas não de um assassino vulgar. Conta-nos a história de uma criança que nasce e cresce de uma forma estranha e solitária, preso no seu próprio mundo, odiando toda a humanidade. Com uma qualidade extraordinária que lhe permite detectar todos os odores, separá-los, catalogá-los e guardá-los na sua memória sem nunca os esquecer ou confundir.

Com a estranha capacidade inata de produzir os mais belos aromas jamais cheirados ou alguma vez produzidos por mão humana, Grenouille é um ser insignificante, completamente ignorado por toda a gente devido a uma caracteristica que o torna praticamente invisivel - ele é desprovido de qualquer odor corporal.

Quando se apercebe deste facto, passa a ter apenas um objectivo na sua vida, aprender todas as técnicas de fabricar perfumes de forma a conseguir fabricar um que seja apenas seu e que substitua a sua falta de odor, mas que o torne irresistivel e a sua marca indelével, de forma a que quem passe por ele ou com ele contacte fique irremediavelmente enfeitiçado por si.

Todo o livro gira em torno desta procura incessante que não olha a meios para atingir os fins. Grenouille tem ainda outra obcessão, o perfume corporal de virgens, e é na busca da captura desse odor que ele sabe que se perde quando a menina se torna mulher, que ele percebe que só há uma forma dele não se perder, é conseguir roubar-lhes o odor antes dessa mudança, ainda que para isso seja preciso privá-las de viver...