18.2.08

Aquiles, a historia de um calcanhar

Como já é do conhecimento de todos, este filme trata duma guerra entre Gregos e Troianos, que durou dez anos, por causa de Helena de Esparta, que abandonou o seu marido Menelau para fugir com o principe Páris, segundo filho do Rei de Troia.

Isto no fundo vai servir apenas de pretexto,há muito esperado por Agamemnon irmão de Menelau, para abraçar a ideia de vingar a honra de seu irmão e invadir Troia como ansiava havia já muito tempo a fim de se tornar o Senhor de todo o mar Egeu. Isto vem servir pelo menos para vermos mais uma vez como as mulheres têm sido importantes ao longo da história, peças fundamentais em toda a existência humana, capazes de influenciar o destino de milhares de vidas.

Senão veja-se o caso de Cleopatra, Joana D'Arc, Wallis Simpson ou até mesmo a nossa Padeirinha de Aljubarrota (ai que já estou a esticar-me). Vamos ao que interessa, Brad Pitt... ooops não era isto que eu queria dizer, Troia, estavamos a falar do filme Troia, um grande épico;)

Fui ver este filme ao cinema quando estreou mas este fim de semana voltei a vê-lo em casa e não há duvida que perde algo da grandiosidade que lhe achei quando o vi da primeira vez. De qualquer forma tenho lido criticas deste filme que variam de bestial a besta. Principalmente tenho visto muitas criticas ao facto da guerra ter durando 10 anos e ali durou cerca de 3 semanas.

Ora este filme INSPIRA-SE na Iliada de Homero e e não tem que ser uma cópia fiel. Alias segundo muitos deverão saber, nem sequer existe a certeza se este episódio épico aconteceu realmente ou se não passa do resultado de uma imaginação prodigiosa de Homero. Assim sendo, acho que faz algum sentido que toda a trama se desenrole em cerca de 3 semanas, como iriamos nós ver passar 10 anos de uma guerra sempre igual? E para que? E o que é que mudava?

Viamos o filho de Heitor a crescer, ou alguns guerreiros a ficarem com barba e cabelos brancos? Só porque aparecia uma paisagem com o mar como fundo e as legendas a dizer "Dez anos depois...." já iriamos todos ficar mais satisfeitos? Penso que foi muito bem conseguido tal como se apresentou. Aparece-nos Brad Pitt no papel de Aquiles, o heroi deste filme que se permitem e apesar de estarem sempre a dizer mal do rapaz (principalmente os homens - a inveja é uma coisa muito feia.....) está muito bem neste papel.

Sempre acompanhado dos seus muchachos, leia-se Mirmidões, Aquiles luta contra Troia do lado de Agamemnon, não porque seja seu aliado mas porque quer participar duma guerra que ele sabe vai ficar para a Historia, onde ele quer ter parte importante e ser relembrado. Aquiles, e ai está bastante fiel ao retrato do mito meio Homem, meio Deus que nós conhecemos, é considerado invencivel, é um homem vaidoso, arrogante, um assassino sem piedade, sedento de poder e fama.

Bradd Pitt encarna muito bem esse papel com uma nota especial para o seu fisico que foi bem trabalhado para encarnar este personagem. Em relação ao resto pouco mais tenho a dizer do que tudo o que já foi dito, gostei tanto do personagem Heitor como detestei o seu irmão, que se apresenta aqui como uma figura frágil e sem grande caracter ao contrário de Páris de Homero.

Helena que conhecemos como uma mulher de forte personalidade e de uma beleza agressiva capaz de fazer perder a cabeça a dois homens (ok, e a mais uns milhares depois no sentido verdadeiro da palavra) aparece como uma bonitinha com um ar muito angelical e por fim sem grande "papel" mas com uma das melhores cenas do filme para mim, refiro Peter O'Toole que protagoniza o Rei de Troia, Príamo, e que vai muito bem na cena em que confronta Aquiles para reaver o corpo morto de seu filho.

Termino dizendo que detestei a banda sonora, as musicas não têm qualidade nenhuma e o matraquear que acompanha as batalhas irrita ao ponto de se ter de baixar o som. Já pelo contrario dou nota dez aos cenários e principalmente ao guarda roupa que me parece bastante fiel ao que conhecemos da época e que (temos que ser sinceros) nos deixa ver e adivinhar os atributos fisicos dos guerreiros que por sinal até são muitos.

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