28.6.07

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado







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Este filme do Quarteto Fantástico não é bem uma sequela, é mais um segundo episódio, mas não deixa de haver alguma continuidade da história anterior.

No primeiro filme assistimos ao “aparecimento” dos poderes do grupo. 5 cientistas partem numa nave espacial com a missão de explorar os mistérios da nossa origem, mas a estação espacial em que se encontram é atingida por uma explosão de partículas radioactivas, alterando-lhes o ADN, facto que eles não percebem de imediato mas que a pouco e pouco se vai revelando.

Reed, o cientista encarregue do projecto fica com o corpo como se fosse de borracha, Sue fica com a capacidade de se tornar invisível e de criar campos de força, o seu irmão Johnny, piloto da expedição ganha a capacidade de aumentar o calor do seu corpo até ficar completamente em chamas e Ben que estava no exterior da nave a reparar uma avaria é o que é mais afectado pela tempestade radioactiva e fica transformado permanentemente em pedra e com uma força sobre humana.

O quinto cientista que entretanto tinha cortado relações com os outros em função da sua desmesurada ambição, ganha a capacidade de transformar o seu corpo em metal e vem a transformar-se no Dr. Doom (Dr. Destino), aumentando ainda mais a sua sede de poder, transformando-o num ser mau e destruidor que ameaça a Terra e vai ser a principal missão do Quarteto Fantástico - como passam a ser chamados pela população e media.

O que eu gosto nestes Super Heróis que sempre foram dos meus preferidos é o facto de não viverem com dupla vida, não passam a vida a vestirem-se e despirem dentro duma cabine telefónica, não rasgam roupas nos becos... são sempre eles com os seus poderes e com tudo o que lhes traz de bom e de mau (principalmente) na sua vida privada, que praticamente é inexistente.

Neste segundo filme, a história começa mostrando os preparativos para a quinta tentativa de casamento entre Sue e Reed que entretanto se tinham apaixonado no final do primeiro filme. E mais uma vez começam os problemas à medida que a data se aproxima. O governo americano pede ajuda a Reed para tentar perceber o que poderão ser as violentas perturbações cósmicas que têm vindo a afectar o planeta e Sue exige-lhe que desta vez ele não se meta em nada que possa afectar o casamento.

Mas Reed não consegue ficar parado e acaba por construir um aparelho que detecta as perturbações. No dia do casamento no meio de grande mediatismo e medidas de segurança o casamento tem inicio. Quando o padre tenta finalizar a cerimónia o aparelho começa a apitar para grande irritação de Sue que lhe pede que o desligue, mas já não há tempo para mais nada... um tremor de terra enorme começa a destruir tudo à volta deles e um ser prateado passa por eles a uma velocidade estonteante.

Johnny com muita pena do seu fato de “marca”... incendeia-se e parte em sua perseguição. Com muita volta, reviravolta, quedas, embates e “fintas” o Surfista Prateado como irá ser conhecido vence o Tocha que fica enfraquecido e atordoado. Depois do contacto com o Surfista, Johnny parece ter perdido os seus poderes. Mas quando a sua irmã o vê em queda pela janela e corre ao seu encontro, ao tocar-lhe incendeia-se enquanto que Johnny fica invisível. Qualquer coisa aconteceu naquele encontro que fez com que os elementos do Quarteto sempre que tocam em Johnny trocam de poderes com ele.

E quem conhece as histórias em quadradinhos sabe quem é o Surfista Prateado... o arauto intergaláctico de Galactus, o devorador de planetas, que antecede sempre a chegada do seu “mestre” para preparar os planetas para a destruição. Só que ainda vai haver outro problema, o Dr. Doom que supostamente está fechado num túmulo inviolável, com as perturbações cósmicas, regressa a vida e consegue libertar-se do seu cárcere.

A partir daí e de novo no activo ele tenta perceber e controlar o Surfista, de forma que o Quarteto Fantástico vê-se a braços com 3 inimigos perigosos e mortais, ainda por cima porque Doom consegue enganar o Governo e fingir que está do lado deles para deter o alienígena. Quando conseguem capturar o Surfista, apercebem-se que afinal ele não é mau, ele vê-se obrigado a colaborar com Galactus em troca deste poupar o seu planeta onde vive a sua familia e a sua mulher. E por seu lado ele começa a perceber que os humanos são bastante parecidos com o povo do seu planeta Zeen-La e que também não é justo tirar-lhes a vida.

Assim rebela-se contra o seu “mestre” e impede-o de destruir a terra. Como vingança, Galactus parte, mas cria uma espécie de campo energético que o impede de deixar a órbita da Terra e regressar ao seu planeta e à sua mulher Shaala-Bal. E é assim que termina este episódio que tem tudo para continuar num terceiro filme. Sem grandes historias, sem lições de moral, sem grandes interpretações mas muito divertido.

21.6.07

Piratas das Caraíbas 3

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Este ano parece ser o ano das sequelas... parece não, é mesmo e lá fui eu ver o Pirata das Caraíbas 3. Não estava especialmente empolgada porque o dois deixou-me com uma sensação de.... nem sei quê. Não gostei do Davy Jones, não gostei do coração dentro do cofre e não gostei da fotografia e cor do segundo filme. Por acaso depois de ver o terceiro as peças encaixaram-se e consegui gostar mais do segundo depois de ver o terceiro.

De qualquer forma o primeiro sim, achei muito engraçado, uma divertida sátira aos filmes de piratas, com todos os personagens clássicos, fosse o pirata da perna de pau, fosse o da pala no olho ou o do papagaio ao ombro. E Johnny Depp como Jack Sparrow, numa interpretação que considerei extraordinária. Na minha opinião digna mesmo de um Oscar. No primeiro ele é sem margem para dúvida o personagem principal e central da história e tudo gira em torno dele o que já não acontece tanto nos outros dois filmes.

O segundo já foi muito rebuscado, muito virado para os efeitos especiais. A historia do primeiro, apesar de permitir uma sequela tinha um principio, meio e fim. Para este segundo arranjaram um argumento que obrigava mesmo a um terceiro filme, aliás eles foram filmados em simultâneo, o segundo e o terceiro. A história é a de um pirata, que rejeitado pela mulher que amava decidiu retirar o seu coração do peito e guarda-lo num cofre. Só que se transforma em morto vivo, a comandar um barco tripulado por mortos vivos todos sujeitos a uma mesma maldição. Como tudo está relacionado com o coração encerrado, quem tiver o coração tem o controle dos acontecimentos. Sparrow ao tentar roubar o coração é apanhado pelo monstro marinho Kraken (controlado por Davy Jones) e supostamente morre. Mas “Tia Dalma” uma mulher mística e com poderes mágicos diz saber como ressuscitá-lo dos mortos desde que todos estejam dispostos a arriscar a própria vida. E para ajudar nessa missão, ela traz de volta o Capitão Barbossa, morto no primeiro filme. Este é um resumo do segundo filme...

E é também este o inicio da “história” do terceiro filme. Salvar Jack Sparrow, que se encontra encerrado dentro do cofre de Davy Jones. Mas no desenvolvimento das várias peripécias que se vão desenvolvendo todos acabam por ter um motivo pessoal para quererem o coração, também Elizabeth quer o coração para salvar o noivo Will Turner que por sua vez quer o coração para salvar o seu pai, o Almirante Norrington caído em desgraça e obrigado a ingressar num navio pirata para sobreviver também quer o coração para poder voltar a ter o seu lugar na Real companhia das Indias e o pérfido Lorde Cutler Beckett quer o coração para conseguir controlar os mares e liquidar os piratas do Holandês Voador, o navio que transporta os piratas meio homens, meio peixes, meio mortos, etc etc etc

Há uma primeira parte digamos assim, em que a tripulação parte no Pérola Negra para salvar Jack Sparrow. Simultaneamente vamos vendo imagens de Jack “dentro” do cofre em que parece mais louco ainda do que já é desmultiplicando-se em diversos Jacks, sendo eles o capitão, o imediato, o marinheiro, etc etc etc, aqui fiquei na dúvida se gostei ou não gostei, mas acho que não gostei muito, são umas cenas um bocado estranhas, como se se passassem dentro dum “limbo” em que tudo é possível, mas de uma forma um bocado exagerada e demasiado “comprida”, roçando o chato.

Para chegarem ao “fim do mundo” onde Sparrow se encontra, eles precisam de primeiro ir a Singapura buscar os mapas que lhes darão as coordenadas para lá chegarem. Esses mapas estão à guarda do capitão Sao Fend, um asiático enorme que não lhes facilita a vida, mas lá conseguem chegar a um acordo, visto que também há necessidade de se reunirem os “Nove Lordes da Corte da Irmandade”, que é uma espécie de Elite de líderes de piratas e malfeitores, para juntos arquitectarem uma vingança contra Beckett, que não tem cumprido nenhum dos acordos que fez com eles. Acontece que o capitão Jack Sparrow é um dos lordes e está preso ao baú de Davy Jones, por isso com alguma facilidade obtêm ajuda, porque todos têm que estar presentes na reunião.


O desfecho.... contém o final!!


A segunda parte é o desfecho da saga em que todas as situações que acontecem no primeiro e segundo filmes têm a sua resolução.

Quando se aproximam do fim do mundo e segundo as indicações do mapa, têm que esperar por um por de sol verde, em que o barco se vira ao contrário e é nessa posição que chegam a terra. Sparrow mais louco que nunca vem das dunas de areia a bordo dum barco transportado em cima de caranguejos. Depois de Jack ser salvo partem com destino ao encontro dos Lordes, havendo ainda de permeio uma luta com o Holandês Voador, em que conseguem destruir o monstro marinho Kraken e prender Davy Jones, além de também lhe roubarem o cofre que esconde o seu coração.

Esclarece-se a verdade sobre o coração encarcerado, sabe-se que afinal o grande amor de Davy Jones é a Tia Dalma, que na verdade é a Deusa Calypso, que lhe prometeu amor e o traiu, embora eu ache que a historia deles está muito mal contada, para um coração que fez parte dos dois filmes duma forma tão preponderante, devia ter sido mais bem explicada esta parte. Davy Jones acaba por morrer e com ele todos os piratas que o acompanhavam.

Turner e Elizabeth não ficam juntos no final, porque em troca de salvar o pai, ele tem que dar o seu coração em troca do de Davy Jones e assim conforme dita a maldição, tem que ficar no Holandês Voador no lugar do seu anterior comandante, só podendo vir a terra de 10 em 10 anos por um dia. Ela aceita e decide esperar por ele.

Depois de tudo acabado o Pérola negra tem outra vez dois comandantes, Sparrow e Barbossa... e mais uma vez Barbossa fica com o navio e com a tripulação que se sente mais segura longe de Jack.

Jack Sparrow acaba este filme da mesma forma que começou o primeiro. Sozinho, sem barco e sem tripulação. É como que um encerrar duma saga, uma trilogia que chega ao fim mas que pode dar aso a novas histórias.

Curiosidades

Na reunião dos “Nove Lordes”, aparece um décimo pirata, uma figura que representa mais ou menos o guardião da “Biblia” dos piratas, o Capitão Teague, um personagem muito especial. Trata-se de uma aparição pequena, mas significativa, que não será grande surpresa para quem acompanhou as notícias da produção do filme. É uma justa homenagem dos criadores da trilogia ao músico Keith Richards, da banda Rolling Stones já que foi nele que Deep se inspirou para criar o maravilhoso personagem que sustenta a saga, de forma que no filme acaba por ser revelado duma forma subtil mas inequívoca, que ele é o pai do pirata Jack Sparrow.

11.6.07

Zodiac




Levei imenso tempo primeiro que me decidisse a escrever sobre este filme porque sinceramente não me apetecia... e contrariamente ao que é meu costume vou falar pouco sobre ele. Tinha muitas expectativas neste filme porque conhecia a história, que é verdadeira e achava que tinha tudo para ser um bom thriller.

Não me prendeu! Cheguei até a ter sono na segunda parte do filme... Duas horas e quarenta minutos de filme. Eu acho que se poderia ter resolvido tudo em metade do tempo. A história passa-se durante os anos 70 e até ao final do filme passam cerca de 12 anos, sinceramente não se nota nem nas roupas, nem nos penteados... a única coisa que nos vão dando para vermos o passar dos anos é a construção acelerada da Transamerica Pyramid.

A história tem o seu início em 1969, quando três jornais de S. Francisco recebem três cartas em código todas enviadas pela mesma pessoa. O autor que se assina “Zodíaco” revela em cada uma das cartas pormenores sobre homicídios que ocorreram há pouco tempo e diz que se os jornais não publicarem as cartas nas primeiras páginas das suas edições no dia seguinte, que os homicídios continuarão.

Os jornais decidem publicar mas em páginas interiores do jornal. E tal como ele prometeu as mortes continuaram assim como as cartas em cifra e cheias de pistas falsas. Chegou nesta altura até a haver recolher obrigatório na zona. O que mais dificuldades criou à policia que fez com que o criminoso nunca fosse descoberto foi o facto dele não seguir um padrão. Não havia comportamentos idênticos de uma morte para a outra de forma a que nem sequer há a certeza se os 37 crimes que ele alega como seus o seriam na realidade ou se ele apenas os reivindicava como forma de chamar a atenção sobre si. O seu maior interesse parecia ser confundir as autoridades e mostrar como era inteligente.

O caso é seguido por dois detectives, um repórter de investigação de um dos jornais (Chronicle) e um Cartoonista que trabalha também no jornal e que como tem como hobby decifrar códigos e puzzles acaba por se interessar muito pelo caso e é a pessoa que chega a estar o mais perto de solucionar o caso e identificar o criminoso. Só não o consegue mesmo porque ele (o presumível assassino) morre de ataque cardíaco acabando por ficar assim sem solução. Este cartoonista de seu nome Graysmith é o autor do livro que deu origem a este filme e por isso o mais próximo da realidade dos três filmes que já se fizeram anteriormente.

Por outro lado também acaba por pecar porque o filme é suposto mostrar a caça ao homem pela policia e jornalistas, a obsessão que acaba por destruir algumas das vidas destes homens ao mesmo tempo que se vai acompanhando os vários homicídios e as pistas deixadas pelo Zodíaco, mas na segunda metade (bem medida) do filme acabamos por seguir só a vida e a pesquisa de Graysmith e mais nada, tudo o resto passa a ser demasiado secundário num caso que foi o mais importante caso que ficou por resolver em S. Francisco e praticamente em toda a América e que deu conta da cabeça da polícia da altura.